A ACADEMIA SÉNIOR DE TÁBUA PROMOVEU, NO DIA 23 DE NOVEMBRO DE 2017, UMA VISITA DE ESTUDO AO VALE DO VAROSA.
INICIAMOS, PELA MANHÃ, A VISITA AO MUSEU DE LAMEGO, SEGUINDO-SE-LHE A VISITA AO CONVENTO DE SANTO ANTÓNIO DE FERREIRIM, A VISITA À PONTE FORTIFICADA DE UCANHA.
O DELICIOSO REPASTO REALIZOU-SE NO RESTAURANTE "TASQUINHA DO MATIAS", ONDE PUDEMOS PARTILHAR DE EXCELENTES IGUARIAS DA REGIÃO.
DA PARTE DA TARDE VISITAMOS OS MOSTEIROS DE SANTA MARIA DE SALZEDAS E DE SÃO JOÃO DE TAROUCA.
DESDE SEMPRE INTEGRADO NO ROTEIRO DE VISITA AO DOURO, O VALE DO VAROSA APRESENTE MOTIVOS RENOVADOS DE VISITA, APOSTANDO NO FUNCIONAMENTO EM REDE E NUMA ARTICULAÇÃO EFETIVA ENTRE OS DIFERENTES IMÓVEIS, NUM PROJETO QUE DESDE O SEU INÍCIO APOSTA NA VALORIZAÇÃO DO CONJUNTO E DO TERRITÓRIO HISTÓRICO EM QUE SE INSERE.
MUSEU DE LAMEGO:
CONVENTO DE SANTO ANTÓNIO DE FERREIRIM:
As importantes tábuas quinhentistas que conserva no seu interior fazem do Convento de Santo Antó-nio de Ferreirim uma referência no panorama da pintura portuguesa do Renascimento. Cristóvão de Figueiredo, Garcia Fernandes e Gregório Lopes, a cuja parceria, só mais tarde desvendada, foi atri-buído o epíteto de "Mestres de Ferreirirn", assumem o papel de ex-libris, num conjunto onde o edi-ficado se terá organizado em torno de uma anterior torre, provavelmente do séc. XIV.A manutenção desta torre, último reduto do poder senhorial, foi mesmo condição imposta à comuni-dade masculina franciscana, a quem O. Francisco Coutinho, Conde de Marialva, e esposa, O. Brites de Meneses, doaram, em 1525, os terrenos circundantes. Assim nascia o Convento de Santo António de Ferreirim, de traça manuelina, da qual sobrevive o pórtico da igreja.
Extinto em 1834, na sequência da extinção das Ordens Religiosas em Portugal, a igreja foi convertida em igreja paroquial e as dependências monásticas vendidas em hasta pública e parcialmente desman-teladas ou caídas em ruína. Classificado como Imóvel de Interesse Público, faz hoje parte do circuito de visita ao Douro e Varosa.
PONTE FORTIFICADA DE UCANHA:
Por iniciativa do abade do Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, D. Fernando, em 1465 era construída a torre que hoje se encontra adossada à mais conhecida passagem do rio Varosa.
A Ponte de Ucanha, já erigida durante os séculos XIV-XV, marca a entrada no couto monástico e a separação entre os poderes monástico e episcopal.
A Torre de
Ucanha assume-se assim como a afirmação máxima do poder de Cister na região, que
exigia aos viandantes o pagamento da portagem naquela que era a mais
importante via de acesso à cidade de Lamego e que daqui se dirigia para o interior, passando por
Moimenta da Beira e Trancoso, podendo-se ainda hoje observar alguns troços de
calçada bem conservados.
Para estes viandantes, o abade de Salzedas ordenou ainda a construção, em 1472, de um hospital nas proximidades da ponte, possivelmente no local onde hoje se mantém uma porta de cariz manuelino.
Monumento Nacional, deste conjunto de excecional beleza é ainda possível observar os moinhos de rodízio que se estendem pelas margens do rio, marca incontornável do Varosa.
MOSTEIRO DE SANTA MARIA DE SALZEDAS:
Vasco Fernandes (Grão Vasco), Bento Coelho da Silveira e Pascoal Parente são alguns dos nomes maiores da pintura em Portugal que deixaram a sua marca no Mosteiro de Santa Maria de Salzedas.
Mosteiro
masculino da Ordem de Cister, a sua construção iniciou-se em 1168 por determinação
pessoal de Teresa Afonso, segunda esposa de Egas Moniz. Largamente ampliado no
século XVII e XVIII, destacando-se um novo e monumental claustro com traço do
arquiteto maltês Carlos Gimach, viria a conhecer em 1834, ano que decretou a extinção das
Ordens Religiosas, a sucessiva decadência, com a igreja convertida em igreja
paroquial e parte das dependências monásticas vendidas em hasta pública.
Monumento Nacional, o Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, apesar de largamente desmantelado, mantém ainda parte do edificado, que possibilita uma viagem no tempo, percorrendo as memórias que outrora fizeram deste espaço um lugar sagrado, mas também de conhecimento, com os cistercienses a construírem um Douro, hoje Património da Humanidade.
Neste ponto de encontro, uma cela de noviço, a única sobrevivente, emerge no corredor da noviciaria, hoje espaço expositivo, guardião dos fragmentos artísticos do Mosteiro.
MOSTEIRO DE SÃO JOÃO DE TAROUCA:
A descoberta de um anel de oração, único no mundo, é apenas um dos fatores que tornam o Mosteiro de São João de Tarouca ímpar no panorama nacional e internacional.
Primeira construção cisterciense em território português, iniciada em 1154, a sua fundação em 1140 surge intimamente ligada à nacionalidade e à figura de D. Afonso Henriques, constituindo ainda na atualidade um dos melhores exemplos do ideal de construção da Ordem de Cister em Portugal.
Cerca de
setecentos anos volvidos, e depois de largamente ampliado nos séculos XVII e XVIII, de onde se
destaca um novo e colossal dormitório de dois pisos, o Mosteiro masculino de
São João de Tarouca viria após a sua extinção a ser progressivamente desmantelado e usado como pedreira até ao início do
século XX. A extinção das Ordens Religiosas, em 1834, assim o ditou, e a um
espaço de oração e conhecimento sucederam as ruínas, sendo a igreja do mosteiro convertida
em igreja paroquial.Sujeito a
extensos trabalhos de escavação arqueológica entre 1998 e 2007, com a igreja e
as ruínas da dependências monásticas progressivamente musealizadas entre 2012
e 2015, este Monumento Nacional é hoje uma das principais referências da
região.
ALMOÇO NO RESTAURANTE "TASQUINHA DO MATIAS"